sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Vale a pena ler e refletir

ELIANE BRUM

Jornalista, escritora e documentarista. Ganhou mais de 40 prêmios
nacionais e internacionais de reportagem. É autora de Coluna Prestes –
O Avesso da Lenda (Artes e Ofícios), A Vida Que Ninguém Vê
(Arquipélago Editorial, Prêmio Jabuti 2007) e O Olho da Rua (Globo).
E-mail: elianebrum@uol.com.br ; Twitter: @brumelianebrum
ELIANE BRUM

Ao conviver com os bem mais jovens, com aqueles que se tornaram
adultos há pouco e com aqueles que estão tateando para virar gente
grande, percebo que estamos diante da geração mais preparada – e, ao
mesmo tempo,  da mais despreparada. Preparada do ponto de vista das
habilidades, despreparada porque não sabe lidar com frustrações.
Preparada porque é capaz de usar as ferramentas da tecnologia,
despreparada porque despreza o esforço. Preparada porque conhece o
mundo em  viagens protegidas, despreparada porque desconhece a
fragilidade da matéria da vida. E por tudo isso sofre, sofre muito,
porque foi ensinada a acreditar que nasceu com o patrimônio da
felicidade. E não foi ensinada a criar a partir da dor.



Há uma geração de classe média que estudou em bons colégios, é fluente
em outras línguas, viajou para o exterior e teve acesso à cultura e à
tecnologia. Uma geração que teve muito mais do que seus pais. Ao mesmo
tempo, cresceu com a ilusão de que a vida é fácil.
 Ou que já nascem prontos – bastaria apenas que o mundo reconhecesse a
sua genialidade.



Tenho me deparado com jovens que esperam ter no mercado de trabalho
uma continuação de suas casas – onde o chefe seria um pai ou uma mãe
complacente, que tudo concede. Foram ensinados a pensar que merecem,
seja lá o que for que queiram. E quando isso não acontece  – porque
obviamente não acontece – sentem-se traídos, revoltam-se com a
“injustiça” e boa parte se emburra e desiste.



Como esses estreantes na vida adulta foram crianças e adolescentes que
ganharam tudo, sem ter de lutar por quase nada de relevante,
desconhecem que a vida é construção – e para conquistar um espaço no
mundo é preciso ralar muito. Com ética e honestidade – e  não a
cotoveladas ou aos gritos. Como seus pais não conseguiram dizer, é o
mundo que anuncia a eles uma nova não lá muito animadora: viver é para
os insistentes.



Por que boa parte dessa nova geração é assim? Penso que este é um
questionamento importante para quem está educando uma criança ou um
adolescente hoje. Nossa época tem sido marcada pela ilusão de que a
felicidade é uma espécie de direito. E tenho testemunhado  a angústia
de muitos pais para garantir que os filhos sejam “felizes”. Pais que
fazem malabarismos para dar tudo aos filhos e protegê-los de todos os
perrengues – sem esperar nenhuma responsabilização nem reciprocidade.

É como se os filhos nascessem e imediatamente os pais já se tornassem
devedores. Para estes, frustrar os filhos é sinônimo de fracasso
pessoal. Mas é possível uma vida sem frustrações? Não é importante que
os  filhos compreendam como parte do processo educativo duas premissas
básicas do viver, a frustração e o esforço? Ou a falta e a busca, duas
faces de um mesmo movimento? Existe alguém que viva sem se confrontar
dia após dia com os limites tanto de sua condição  humana como de suas
capacidades individuais?


Nossa classe média parece desprezar o esforço. Prefere a genialidade.
O valor está no dom, naquilo que já nasce pronto. Dizer que “fulano é
esforçado” é quase uma ofensa. Ter de dar duro para conquistar algo
parece já vir assinalado com o carimbo de perdedor.
 Bacana é o cara que não estudou, passou a noite na balada e foi
aprovado no vestibular de Medicina. Este atesta a excelência dos genes
de seus pais. Esforçar-se é, no máximo, coisa para os filhos da classe
C, que ainda precisam assegurar seu lugar no país.



Da mesma forma que supostamente seria possível construir um lugar sem
esforço, existe a crença não menos fantasiosa de que é possível viver
sem sofrer. De que as dores inerentes a toda vida são uma anomalia e,
como percebo em muitos jovens, uma espécie de traição  ao futuro que
deveria estar garantido. Pais e filhos têm pagado caro pela crença de
que a felicidade é um direito. E a frustração um fracasso. Talvez aí
esteja uma pista para compreender a geração do “eu mereço”.



Basta andar por esse mundo para testemunhar o rosto de espanto e de
mágoa de jovens ao descobrir que a vida não é como os pais tinham lhes
prometido. Expressão que logo muda para o emburramento. E o pior é que
sofrem terrivelmente. Porque possuem muitas habilidades  e
ferramentas, mas não têm o menor preparo para lidar com a dor e as
decepções. Nem imaginam que viver é também ter de aceitar limitações –
e que ninguém, por mais brilhante que seja, consegue tudo o que quer.



A questão, como poderia formular o filósofo Garrincha, é: “Estes pais
e estes filhos combinaram com a vida que seria fácil”? É no passar dos
dias que a conta não fecha e o projeto construído sobre fumaça
desaparece deixando nenhum chão. Ninguém descobre que  viver é
complicado quando cresce ou deveria crescer – este momento é apenas
quando a condição humana, frágil e falha, começa a se explicitar no
confronto com os muros da realidade. Desde sempre sofremos. E mais
vamos sofrer se não temos espaço nem mesmo para
 falar da tristeza e da confusão.


Me parece que é isso que tem acontecido em muitas famílias por aí: se
a felicidade é um imperativo, o item principal do pacote completo que
os pais supostamente teriam de garantir aos filhos para serem
considerados bem sucedidos, como falar de dor, de medo  e da sensação
de se sentir desencaixado? Não há espaço para nada que seja da vida,
que pertença aos espasmos de crescer duvidando de seu lugar no mundo,
porque isso seria um reconhecimento da falência do projeto familiar
construído sobre a ilusão da felicidade
 e da completude.


Quando o que não pode ser dito vira sintoma – já que ninguém está
disposto a escutar, porque escutar significaria rever escolhas e
reconhecer equívocos – o mais fácil é calar. E não por acaso se cala
com medicamentos e cada vez mais cedo o desconforto de crianças  que
não se comportam segundo o manual. Assim, a família pode tocar o
cotidiano sem que ninguém precise olhar de verdade para ninguém dentro
de casa.



Se os filhos têm o direito de ser felizes simplesmente porque existem
– e aos pais caberia garantir esse direito – que tipo de relação pais
e filhos podem ter? Como seria possível estabelecer um vínculo genuíno
se o sofrimento, o medo e as dúvidas estão previamente  fora dele? Se
a relação está construída sobre uma ilusão, só é possível fingir.



Aos filhos cabe fingir felicidade – e, como não conseguem, passam a
exigir cada vez mais de tudo, especialmente coisas materiais, já que
estas são as mais fáceis de alcançar – e aos pais cabe fingir ter a
possibilidade de garantir a felicidade, o que sabem  intimamente que é
uma mentira porque a sentem na própria pele dia após dia. É pelos
objetos de consumo que a novela familiar tem se desenrolado, onde os
pais fazem de conta que dão o que ninguém pode dar, e os filhos
simulam receber o que só eles podem buscar.
 E por isso logo é preciso criar uma nova demanda para manter o jogo
funcionando.



O resultado disso é pais e filhos angustiados, que vão conviver uma
vida inteira, mas se desconhecem. E, portanto, estão perdendo uma
grande chance. Todos sofrem muito nesse teatro de desencontros
anunciados. E mais sofrem porque precisam fingir que existe  uma vida
em que se pode tudo. E acreditar que se pode tudo é o atalho mais
rápido para alcançar não a frustração que move, mas aquela que
paralisa.



Quando converso com esses jovens no parapeito da vida adulta, com suas
imensas possibilidades e riscos tão grandiosos quanto, percebo que
precisam muito de realidade. Com tudo o que a realidade é. Sim,
assumir a narrativa da própria vida é para quem tem coragem.
 Não é complicado porque você vai ter competidores com habilidades
iguais ou superiores a sua, mas porque se tornar aquilo que se é,
buscar a própria voz, é escolher um percurso pontilhado de desvios e
sem nenhuma certeza de chegada. É viver com dúvidas e ter  de
responder pelas próprias escolhas. Mas é nesse movimento que a gente
vira gente grande.


Seria muito bacana que os pais de hoje entendessem que tão importante
quanto uma boa escola ou um curso de línguas ou um Ipad é dizer de vez
em quando: “Te vira, meu filho. Você sempre poderá contar comigo, mas
essa briga é tua”. Assim como sentar para jantar  e falar da vida como
ela é: “Olha, meu dia foi difícil” ou “Estou com dúvidas, estou com
medo, estou confuso” ou “Não sei o que fazer, mas estou tentando
descobrir”. Porque fingir que está tudo bem e que tudo pode significa
dizer ao seu filho que você não  confia nele nem o respeita, já que o
trata como um imbecil, incapaz de compreender a matéria da existência.
É tão ruim quanto ligar a TV em volume alto o suficiente para que nada
que ameace o frágil equilíbrio doméstico possa ser dito.



Agora, se os pais mentiram que a felicidade é um direito e seu filho
merece tudo simplesmente por existir, paciência. De nada vai adiantar
choramingar ou emburrar ao descobrir que vai ter de conquistar seu
espaço no mundo sem nenhuma garantia. O melhor a fazer  é ter a
coragem de escolher. Seja a escolha de lutar pelo seu desejo – ou para
descobri-lo –, seja a de abrir mão dele. E não culpar ninguém porque
eventualmente não deu certo, porque com certeza vai dar errado muitas
vezes. Ou transferir para o outro a responsabilidade
 pela sua desistência.


Crescer é compreender que o fato de a vida ser falta não a torna
menor. Sim, a vida é insuficiente. Mas é o que temos. E é melhor não
perder tempo se sentindo injustiçado porque um dia ela acaba.



(Eliane Brum escreve às segundas-feiras.)



quinta-feira, 4 de agosto de 2011

UCA na sala de aula

Quando ouvimos a um tempo atras a ideia de um computador por aluno, ficamos apreensivos. Uma novidade de fato bem necessária , porém distante da realidade de nossas escolas públicas em nosso pais. A grande discussão gerava em torno da falta de computadores suficientes para a informatização da administração, Infocentro ainda distante da totalidade das escolas, manutenção indevida aos presentes computadores e por ai vai. O receio era grande e as críticas ainda maiores.
Hoje, presenciando o uso do UCA de fato na escola, as questões acima citadas ainda não sumiram, o que temos é mais uma realidade a vivenciar.
Falando em vivenciar, não se pode negar que para um trabalho devidamente planejado e uma escola preocupada em transformar a educação, a presença do UCA na sala de aula é uma rica oportunidade de chegar mais perto do aluno, trazer a realidade social para a escolas e não ser um espaço onde as coisas acontecem a passos lentos.
A escola precisa ousar,avançar em suas concepções e práticae com ela o educador mostrar seu talento!

terça-feira, 17 de maio de 2011

O novo assusta

A experiência de conhecer e produzir um blog está sendo perfeita pois tudo que é novo assusta e ao mesmo tempo encanta!
Acredito que para o trabalho com os alunos é possivel fazer um blog de textos produzidos na turma relacionados a temas discutidos na sala, leituras preferidas, pesquisas e produções em grupos. Vê-se que dependendo do que estamos fazendo na sla, temos muito a fazer num blog!!

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Além da Terra, além do Céu

Além da Terra, além do Céu

Além da Terra, além do Céu,
no trampolim do sem-fim das estrelas,
no rastro dos astros,
na magnólia das nebulosas.
Além, muito além do sistema solar,
até onde alcançam o pensamento e o coração,
vamos!
vamos conjugar
o verbo fundamental essencial,
o verbo transcendente, acima das gramáticas
e do medo e da moeda e da política,
o verbo sempreamar,
o verbo pluriamar,
razão de ser e de viver.

Carlos Drummond de Andrade

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Tragédia no Rio reacende discussões sobre desarmamento no Brasil

A chacina que deixou 12 crianças mortas em uma escola do Rio de Janeiro, nesta quinta-feira (7/4), reacendeu o debate sobre a questão do desarmamento no Brasil. Apenas um dia depois da tragédia, políticos se manifestaram a favor da revisão do estatuto que regula o porte, a venda e o registro de armas no país. O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), defendeu, nesta sexta-feira, a revogação do Estatuto. ''Acho que deveria ser um projeto de lei revogando a lei anterior e rediscutindo o assunto. A realidade hoje é inteiramente outra da que nós votamos a lei'', afirmou Sarney, que disse ser favorável a uma lei de ''tolerância zero'' em relação às armas'''.

O senador admitiu que a proibição da venda e do porte de armas não irá, necessariamente, evitar tragédias como a que aconteceu no Rio de Janeiro, mas afirmou que a permissão da comercialização de armas abre caminho para a aquisição de armas clandestinas. O secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, também defendeu a rediscussão do Estatuto do Desarmamento. "Qualquer campanha, rediscussão e legislação que seja séria e mostre resultado será bem-vinda", declarou Beltrame, em coletiva depois da tragédia.

Até o final de 2010, havia 58 propostas em tramitação na Câmara dos Deputados que alteravam dispositivos do Estatuto. Destas, 24 propunham a ampliação das categorias profissionais que podem portar armas de fogo. Por outro lado, outras propostas queriam aumentar as restrições para o porte de arma.

Nesta quinta-feira, a deputada federal e ex-governadora do Rio de Janeiro, Benedita da Silva (PT/RJ), lamentou que o Brasil tenha perdido, durante o referendo de 2005, a chance de se livrar das armas. ''Uma arma sempre é uma coisa perigosa. Lamentavelmente nosso país perdeu a oportunidade de desarmar as pessoas numa belíssima campanha'', afirmou.

Para o sociólogo e professor do curso de Direito do Centro Universitário Newton Paiva, Carlos Magalhães, mesmo com a comoção nacional em torno da tragédia, é difícil que a legislação sobre o assunto seja revista, já que ela é muito recente. ''A população já foi consultada em 2005. Politicamente, é muito complicado fazer outro referendo'', afirmou.

Já para a ONG carioca Viva Rio, o problema não está na legislação sobre o assunto, que é restritiva, e sim no controle feito pelo governo. O pesquisador do Centro de Estudos de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública da UFMG, Robson Sávio, concorda com a tese.
''É uma legislação boa, mas é o tipo de lei que não pegou. Há uma facilidade muito grande em se adquirir armas ilegais no Brasil. Primeiro, pelo contrabando de armas via fronteira. Outra via é pela corrupção policial e através do assalto de pessoas que tem armas ou de lojas que comercializam armas'', afirma o pesquisador.

Segundo o pesquisador, além do problema da facilidade de aquisição de armas no país, existe outro fator, de ordem cultural, que contribui para o aumento da violência: o pensamento que as pessoas têm de que o porte de uma arma é garantia de proteção. ''Temos a cultura de que o problema da insegurança é resolvido com armamento, ou seja, medidas de proteção individuais. Mas ter uma arma em casa não é medida de proteção, é de” vitimização'', afirma Sávio.

Entenda

Em 2005, a população brasileira foi às urnas para decidir se o comércio de armas de fogo e munição deveria ser proibido no Brasil. Na ocasião, o ''não'' ganhou com 63,9% dos votos. O ''sim'', que representava as pessoas que queriam a proibição do comércio de armas, ficou com 36,06%. Com o resultado, ficaram mantidas as regras do Estatuto do Desarmamento (Lei 10.826), promulgado em 2003, que restringe a posse e o uso de armas de fogo a algumas classes de trabalhadores.

Atualmente, para obter o porte de arma, é necessário que a pessoa declare a necessidade da arma, apresente certidões negativas de antecedentes criminais, comprove capacidade técnica e aptidão psicológica para o manuseio de arma de fogo e não esteja respondendo a inquérito policial ou processo criminal. Além disso, o registro da arma precisa ser renovado. Essas exigências não se aplicam para o uso de armas em serviço por algumas categorias profissionais, como as Forças Armadas, agentes de segurança pública, de segurança privada, auditores da Receita Federal, entre outros.

Luisa Brasil
Publicação: 08/04/2011 18:21 Atualização:

Fonte: Correio Braziliense, Brasília, domingo 10 de abril de 2011

Informativo bullying

- O termo bullying tem origem na palavra inglesa bully, que significa valentão, brigão. Mesmo sem uma denominação em português, é entendido como ameaça, tirania, opressão, intimidação, humilhação e maltrato. O “fenômeno” sempre existiu desde a década de 70, porém tornou-se mais conhecido após influencia dos meios eletrônicos, da mídia e das conseqüências trágicas - como mortes e suicídios.
- O BULLYING compreende todas as formas de atitudes agressivas, intencionais e repetidas, que ocorrem sem motivação evidente. É uma das formas de violência que mais cresce no mundo, podendo ocorrer em qualquer contexto social, como escolas, universidades, famílias, vizinhança e locais de trabalho.
- Exemplos: Colocar apelidos; Quebrar pertences; Ofender; provocar; Criticar; zombar; Ridicularizar; Humilhar; Fazer sofrer; Discriminar; Excluir; Isolar; Ignorar; Intimidar; Perseguir; Assediar; Aterrorizar Amedrontar; Tiranizar; Dominar; Agredir; Bater; Chutar; Empurrar; Ferir; furtar.
- Discussões ou brigas pontuais não são bullying. Conflitos entre professor e aluno, por exemplo, não são considerados bullying. Para que seja bullying, é necessário que a agressão ocorra entre pares (colegas de classe ou de trabalho, por exemplo), além disso, a agressão física ou moral deve apresentar quatro características: a intenção do autor em ferir o alvo, a repetição da agressão, a presença de um público espectador e a concordância do alvo com relação à ofensa. Todo bullying é uma agressão, mas nem toda a agressão é classificada como bullying.
-Características dos bullies: Pesquisas indicam que adolescentes agressores têm personalidades autoritárias, combinadas com uma forte necessidade de controlar ou dominar. Querer ser mais popular, sentir-se poderoso e obter uma boa imagem de si mesmo. É uma pessoa que não aprendeu a transformar sua raiva em diálogo e para quem o sofrimento do outro não é motivo para ele deixar de agir; sente-se satisfeito com a opressão do agredido, supondo ou antecipando quão dolorosa será aquela crueldade vivida pela vítima.
- Os envolvidos no bullying: ALVOS (só sofrem BULLYING); ALVOS/AUTORES (ora sofrem, ora praticam BULLYING); AUTORES (são os que só praticam BULLYING); TESTEMUNHAS de Bullying (são os que não sofrem nem praticam Bullying, mas convivem em um ambiente onde isso ocorre).

Admite-se que os que praticam o BULLYING têm grande probabilidade de se tornarem adultos com comportamentos anti-sociais e/ou violentos, podendo vir a adotar, inclusive, atitudes delinqüentes ou criminosas.
-CONSEQUÊNCIAS: distanciamento dos objetivos escolares; dificuldade de adaptação às regras escolares e sociais; supervalorização da conduta violenta, como forma de obtenção de poder; consolidação de condutas autoritárias e abusivas; desenvolvimento de futuras condutas delituosas; manifestação de condutas agressivas e violentas na vida adulta, como o assédio moral e a violência doméstica.

Algumas reagem negativamente diante da violação de seu direito a aprender em um ambiente seguro, solidário e sem temores. Tudo isso pode influenciar negativamente sobre sua capacidade de progredir acadêmica e socialmente.
- CONSEQUÊNCIAS: ansiedade, insegurança, aflição, tensão, irritabilidade; medo de se tornar a “próxima vítima”; prejuízos no processo de aprendizagem e socialização; desenvolvimento de atitudes de conivência, intolerância, desrespeito, individualismo e dificuldade de empatia.

Têm poucos amigos, são passivos, quietos e não reagem efetivamente aos atos de agressividade sofridos.Muitos passam a ter baixo desempenho escolar, resistem ou recusam-se a ir para a escola, chegando a simular doenças. Trocam de colégio com freqüência, ou abandonam os estudos. Há jovens que cometem atos auto-agressivos.
- CONSEQÜÊNCIAS: Aprendizagem (déficit de concentração; queda do rendimento escolar; desinteresse pela escola; reprovação; evasão escolar); Emocionais (queda da auto-estima; baixa resistência imunológica; sintomatologia psicossomática diversificada; estresse pós-traumático, fobia escolar e social; transtornos mentais; depressão; pensamentos de vingança e de suicídio; agressividade, impulsividade, hiperatividade; uso de substâncias químicas).


- SINAIS DE BULLYING: Demonstra falta de vontade de ir à escola; Sente-se mal perto da hora de sair de casa; Pede para trocar de escola; Pede sempre para ser levado à escola; Muda freqüentemente o trajeto entre a casa e a escola; Apresenta baixo rendimento escolar; Volta da escola, repetidamente, com roupas e materiais rasgados; Chega muitas vezes em casa com machucados sem explicação convincente; Parece angustiado, ansioso e deprimido; Tem pesadelos constantes com pedidos de “socorro” ou “me deixa”; “Perde”, repetidas vezes, seus pertences e dinheiro.
- Observe qualquer mudança no comportamento.
- Estimule para que fale sobre o seu dia-a-dia na escola.
- Não culpe a criança pela vitimização sofrida.
- Transforme o seu lar num local de refúgio e segurança.
- Ajude a criança a expressar-se com segurança e confiança.
- Valorize os aspectos positivos da criança e converse sobre suas dificuldades pessoais e escolares.
- Mantenha diálogo com a escola e acompanhe a vida acadêmica de seu(sua) filho(a).
-Procure ajuda psicológica e de profissionais especializados.
- Apresenta distanciamento e falta de adaptação aos objetivos escolares.
- Volta da escola com ar de superioridade, exteriorizando ou tentando impor sua autoridade sobre alguém.
- Apresenta aspecto e/ou atitudes irritadiças, mostrando-se intolerante frente a qualquer situação ou aos diferentes aspectos das pessoas.
- Costuma resolver seus problemas, valendo-se da sua força física e/ou psicológica.
- Apresenta atitude hostil, desafiante e agressiva com os irmãos e pais, podendo chegar a ponto de atemorizá-los sem levar em conta a idade ou a diferença de força física.
- Porta objetos ou dinheiro sem justificar sua origem.
- Apresenta habilidades em sair-se de “situações difíceis”.

- Observe atentamente os comportamentos e os sentimentos expressos pela criança./adolescente.
- Mantenha tranqüilidade e calma.
- Converse, objetivando encontrar os motivos que o levam a agir desta maneira.
- Reflita sobre o modelo educativo que você está oferecendo ao seu filho.
- Evite bater ou aplicar castigos demasiadamente severos. Isso só poderá promover raiva e ressentimentos.
- Procure profissionais que possam auxiliá-lo a lidar com esse tipo de comportamento.
- Dê segurança e amor.
- Incentive a mudança de atitudes.
- Um bom começo é pedir desculpas e deixar a vítima em paz.
- Não ignore o fato ou ache desculpas para as suas atitudes.
- Lembre-se que com o tempo esse comportamento pode conduzir a uma vida delituosa e infeliz.
- Procure a direção da escola ou ajuda de um conselho tutelar.
- Participe de projetos solidários propostos pela escola e incentive seu filho a participar.
- Legislação: No Brasil, a gravidade do ato pode levar os jovens infratores à aplicação de medidas sócio-educativas. De acordo com o código penal brasileiro, a negligência com um crime pode ser tida como uma co-autoria. Na área civil, e os pais dos bullies podem, pois, ser obrigados a pagar indenizações e podem haver processos por danos morais.

NOAP – Núcleo de Orientação e Apoio Psicológico - Colégio Cometa de Irecê
Narjara Dourado Lopes - Psicóloga – CRP 03/3124