- O termo bullying tem origem na palavra inglesa bully, que significa valentão, brigão. Mesmo sem uma denominação em português, é entendido como ameaça, tirania, opressão, intimidação, humilhação e maltrato. O “fenômeno” sempre existiu desde a década de 70, porém tornou-se mais conhecido após influencia dos meios eletrônicos, da mídia e das conseqüências trágicas - como mortes e suicídios.
- O BULLYING compreende todas as formas de atitudes agressivas, intencionais e repetidas, que ocorrem sem motivação evidente. É uma das formas de violência que mais cresce no mundo, podendo ocorrer em qualquer contexto social, como escolas, universidades, famílias, vizinhança e locais de trabalho.
- Exemplos: Colocar apelidos; Quebrar pertences; Ofender; provocar; Criticar; zombar; Ridicularizar; Humilhar; Fazer sofrer; Discriminar; Excluir; Isolar; Ignorar; Intimidar; Perseguir; Assediar; Aterrorizar Amedrontar; Tiranizar; Dominar; Agredir; Bater; Chutar; Empurrar; Ferir; furtar.
- Discussões ou brigas pontuais não são bullying. Conflitos entre professor e aluno, por exemplo, não são considerados bullying. Para que seja bullying, é necessário que a agressão ocorra entre pares (colegas de classe ou de trabalho, por exemplo), além disso, a agressão física ou moral deve apresentar quatro características: a intenção do autor em ferir o alvo, a repetição da agressão, a presença de um público espectador e a concordância do alvo com relação à ofensa. Todo bullying é uma agressão, mas nem toda a agressão é classificada como bullying.
-Características dos bullies: Pesquisas indicam que adolescentes agressores têm personalidades autoritárias, combinadas com uma forte necessidade de controlar ou dominar. Querer ser mais popular, sentir-se poderoso e obter uma boa imagem de si mesmo. É uma pessoa que não aprendeu a transformar sua raiva em diálogo e para quem o sofrimento do outro não é motivo para ele deixar de agir; sente-se satisfeito com a opressão do agredido, supondo ou antecipando quão dolorosa será aquela crueldade vivida pela vítima.
- Os envolvidos no bullying: ALVOS (só sofrem BULLYING); ALVOS/AUTORES (ora sofrem, ora praticam BULLYING); AUTORES (são os que só praticam BULLYING); TESTEMUNHAS de Bullying (são os que não sofrem nem praticam Bullying, mas convivem em um ambiente onde isso ocorre).
Admite-se que os que praticam o BULLYING têm grande probabilidade de se tornarem adultos com comportamentos anti-sociais e/ou violentos, podendo vir a adotar, inclusive, atitudes delinqüentes ou criminosas.
-CONSEQUÊNCIAS: distanciamento dos objetivos escolares; dificuldade de adaptação às regras escolares e sociais; supervalorização da conduta violenta, como forma de obtenção de poder; consolidação de condutas autoritárias e abusivas; desenvolvimento de futuras condutas delituosas; manifestação de condutas agressivas e violentas na vida adulta, como o assédio moral e a violência doméstica.
Algumas reagem negativamente diante da violação de seu direito a aprender em um ambiente seguro, solidário e sem temores. Tudo isso pode influenciar negativamente sobre sua capacidade de progredir acadêmica e socialmente.
- CONSEQUÊNCIAS: ansiedade, insegurança, aflição, tensão, irritabilidade; medo de se tornar a “próxima vítima”; prejuízos no processo de aprendizagem e socialização; desenvolvimento de atitudes de conivência, intolerância, desrespeito, individualismo e dificuldade de empatia.
Têm poucos amigos, são passivos, quietos e não reagem efetivamente aos atos de agressividade sofridos.Muitos passam a ter baixo desempenho escolar, resistem ou recusam-se a ir para a escola, chegando a simular doenças. Trocam de colégio com freqüência, ou abandonam os estudos. Há jovens que cometem atos auto-agressivos.
- CONSEQÜÊNCIAS: Aprendizagem (déficit de concentração; queda do rendimento escolar; desinteresse pela escola; reprovação; evasão escolar); Emocionais (queda da auto-estima; baixa resistência imunológica; sintomatologia psicossomática diversificada; estresse pós-traumático, fobia escolar e social; transtornos mentais; depressão; pensamentos de vingança e de suicídio; agressividade, impulsividade, hiperatividade; uso de substâncias químicas).
- SINAIS DE BULLYING: Demonstra falta de vontade de ir à escola; Sente-se mal perto da hora de sair de casa; Pede para trocar de escola; Pede sempre para ser levado à escola; Muda freqüentemente o trajeto entre a casa e a escola; Apresenta baixo rendimento escolar; Volta da escola, repetidamente, com roupas e materiais rasgados; Chega muitas vezes em casa com machucados sem explicação convincente; Parece angustiado, ansioso e deprimido; Tem pesadelos constantes com pedidos de “socorro” ou “me deixa”; “Perde”, repetidas vezes, seus pertences e dinheiro.
- Observe qualquer mudança no comportamento.
- Estimule para que fale sobre o seu dia-a-dia na escola.
- Não culpe a criança pela vitimização sofrida.
- Transforme o seu lar num local de refúgio e segurança.
- Ajude a criança a expressar-se com segurança e confiança.
- Valorize os aspectos positivos da criança e converse sobre suas dificuldades pessoais e escolares.
- Mantenha diálogo com a escola e acompanhe a vida acadêmica de seu(sua) filho(a).
-Procure ajuda psicológica e de profissionais especializados.
- Apresenta distanciamento e falta de adaptação aos objetivos escolares.
- Volta da escola com ar de superioridade, exteriorizando ou tentando impor sua autoridade sobre alguém.
- Apresenta aspecto e/ou atitudes irritadiças, mostrando-se intolerante frente a qualquer situação ou aos diferentes aspectos das pessoas.
- Costuma resolver seus problemas, valendo-se da sua força física e/ou psicológica.
- Apresenta atitude hostil, desafiante e agressiva com os irmãos e pais, podendo chegar a ponto de atemorizá-los sem levar em conta a idade ou a diferença de força física.
- Porta objetos ou dinheiro sem justificar sua origem.
- Apresenta habilidades em sair-se de “situações difíceis”.
- Observe atentamente os comportamentos e os sentimentos expressos pela criança./adolescente.
- Mantenha tranqüilidade e calma.
- Converse, objetivando encontrar os motivos que o levam a agir desta maneira.
- Reflita sobre o modelo educativo que você está oferecendo ao seu filho.
- Evite bater ou aplicar castigos demasiadamente severos. Isso só poderá promover raiva e ressentimentos.
- Procure profissionais que possam auxiliá-lo a lidar com esse tipo de comportamento.
- Dê segurança e amor.
- Incentive a mudança de atitudes.
- Um bom começo é pedir desculpas e deixar a vítima em paz.
- Não ignore o fato ou ache desculpas para as suas atitudes.
- Lembre-se que com o tempo esse comportamento pode conduzir a uma vida delituosa e infeliz.
- Procure a direção da escola ou ajuda de um conselho tutelar.
- Participe de projetos solidários propostos pela escola e incentive seu filho a participar.
- Legislação: No Brasil, a gravidade do ato pode levar os jovens infratores à aplicação de medidas sócio-educativas. De acordo com o código penal brasileiro, a negligência com um crime pode ser tida como uma co-autoria. Na área civil, e os pais dos bullies podem, pois, ser obrigados a pagar indenizações e podem haver processos por danos morais.
NOAP – Núcleo de Orientação e Apoio Psicológico - Colégio Cometa de Irecê
Narjara Dourado Lopes - Psicóloga – CRP 03/3124
Falar de Bullying neste espaço é falar do Ciberbullying, pois muitos dos movimentos agressivos a outras pessoas geralmente são combinados através das redes sociais como Orkut, msn, facebook ...
ResponderExcluirNão estou de acordo quando o texto não coloca agressão do professor com o aluno como Bullying e logo adiante trás como consequência, a falta de motivação, do aluno, para ir à escola. Há muitos casos de alunos desistirem porque não aceitam o tratamento da professora ou a forma estupida de tratar o aluno. Considero isso como uma forma agressiva que se encaixa perfeitamente nos conceitos do Bullying.
Gasolina